sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

PÓS - FLORIR

# DITIRAMBO 01 # Pós - Florir Letra: Emmanuel 7Linhas Base: Bob Marley & The Wailers - Sun Is Shine Arte: Marcio Vaccari Captação e edição: Arthur Sant'ana Santos Pós - Florir Perecer sem parecer Pós-florir é murchar O filho da mãe Tentou ser pai Ser man, sem a mente Como diria Ivonei Frainer Tipo melancia: Semente demais!! Sem hora, sol lhe dão Nesta roleta preta Dá-me dá-me dá-me dá-me o estilingue Neste ringue ampulheta Já fui porteiro, mecânico, professor e auxiliar de produção Já fui ajudante de pedreiro, alfarrabista, compositor-cantor-ator-bailarino Na dança da solidão Cavalheiro ao puxar a cadeira, Mas já puxei até o tapete Cadeia não! Já cheirei pó e os pingos de chuva no chão Já fui onda do mar Fui pedra do rio Já fui os raios do sol O uivo do vento A voz do trovão Já roubei beijos e sonhos Parti corações partidos Já ri na cara da morte Já me escondi da vida debaixo de cama Já durmi no meio da festa Já acordei em cima do palco Amei-trai Sub-cresci Desci pra cima Fui Iara, Alice, Helena, Mayrianne, Luizas, Lani, Zenaides, Maria do Carmo Dalva, Dona Aurélia, Tia Maria Dona Carol, Dona Tereza, Dona Alba, Dona Conceição, Minha amada Florisbela, Ana Carolina Nasci na baía De Vitória Sou cria da Mesquita Amadureci na São Francisco Mergulhei na lama Estudei na Glória Conheci meu avô no kitungo velho Fui à mugumba Tenho nome kardecista Batizado na católica Visitei os evangélicos Mas meu negócio é a macumba Fui poesia de escárnio Rap de protesto Congo visceral Fiz samba e tive banda Hoje transito às luzes da ribalta Um erê-exú astronauta Dos Santos de Aruanda!


7L

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

CAMISA DE FORÇA



CAMISA DE FORÇA

Os pretos vestem luto
Com um alvo, suas costas pintadas
O diabo veste farda
Meninos de rua vestem sarna
E a blusa de uniforme das crianças no rio de janeiro são vermelho sangue
The Mister Stupid White Man e sua gangue
Com a camisa da cbf amarelada
Vão às ruas protestar, junto à sua esposa e suas crias,
Acompanhados de uma negra vestida de escrava
Vermelho e preto também veste os pretos da urubuzada
A democracia com sua camisa de força
Enquanto Tupã veste-se de Oxóssi e urucum
São Jorge capa, armadura e espada
Mas não se iluda com a banda que veste branco
Nem com a moça com uma rosa vermelha na orelha
Parada na encruzilhada
Por dentro quem lhe veste é Ogun


7L