sábado, 26 de outubro de 2019

A PRÓXIMA GERAÇÃO DE POETAS



A próxima geração de poetas romperá com o cristianismo exacerbado, que vê atônito seus filhos tombarem frente a violência estatal; comerciantes higienizando suas calçadas com o assassinato de pessoas em situação de risco; ex-maridos que matam as mães e com isso também seus filhos, por se apropriarem de uma pretensa superioridade moral que torna pessoas suas propriedades.

A próxima geração de poetas não dará a outra face a um pm, ou acionará a ouvidoria da corporação - composta tbm por pm's, numa pretensa perspectiva - no melhor estilo "SAC" - à parte terapêutica daquilo em que se deveria propor justiça, mas que tão somente serve como um CVV do caô discursivo acerca de uma ainda resistente vontade inócua de direitos, um ouvido "mui" amigo que não impede o operário de morrer na contramão atrapalhando o trânsito.

A próxima geração de poetas abdicará de microfones, oficinas e essa conversa tola de que "o Hip-Hop salvou minha vida", pois ao cortarem-se as verbas de financiamento para uma cultura livre e libertária só lhes sobrará o "Rap Gospel", expressão messiânica de uma pretensa caricatura cultural de resistência, inserida, amordaçada, pacificada, reduzida a serem braços direitos de um estelionato ideológico nas periferias, através da teologia da prosperidade elencada pelo próprio senhor satan.

A próxima geração de poetas será o estilingue das pedras na Intifada de vida ou morte, traçando estrategicamente as formas de derrubar a dominação escravagista que proporciona a lavagem cerebral acerca de que o score para o consumo e o cartão de crédito da igreja universal do deus dinheiro vos libertará

A próxima geração de poetas não se calará, mas também não falará através de posts, twites de rédeas que mais são arcabouços equivocados, como esta própria postagem o é, na ingênua predileção de uma reflexão transformadora, com seus discursos inflamados, utópicos e pseudo-proféticos, pois a um bicho acuado só lhe resta atacar e onde nisto tudo a razão encontra-se morta

A próxima geração de poetas estará viva e com fome, não terá rosto nem nome, e apostará o seu sangue para que o sangue de seus filhos e filhas não seja a tinta que pinta o progresso regresso de uns poucos lobos sádicos a viver assentados sobre o sofrimento e a dor de muitos

A próxima geração de poetas fará do caos o seu playground, combaterá o mainstream e surfará no underground, junto aos ratos e as baratas pela luta de sua sobrevivência e não terá receio de entregar sua vida à esperança realista de que só o fim poderá retirar o lixo das ruas para um novo recomeço, menos perverso e desigual

A próxima geração de poetas não se contentará com likes ou com o modus operante do "cagar-ser e comer-ser" e celebrará a derrota de seus algozes sobre uma imensa fogueira alimentada pelas carnes daqueles que se alimentam de suas carnes

A próxima geração de poetas derrubará igrejas e as senzalas mantidas pelas megacorporações; implodirá shoppings e tombará governos autoritários que se apropriam de discursos ideológicos hipócritas, iludindo o povo com suas mentirosas promessas de seguridade material e social

A próxima geração de poetas brincará na beira da praia com suas crianças, construindo castelos de areia e lendo fábulas para lhes fazer adormecer. Não comerá seus bichos e não encarcerará os sonhos de seus semelhantes


Emmanuel 7Linhas


Foto: 
Um manifestante em chamas durante confrontos com policiais, em meio a  um protesto contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas (Venezuela), no dia 3 de maio de 2017. Foto indicada nas categorias 'Foto do Ano' e 'Temas da atualidade', feita pelo fotógrafo Romaldo Schemidt, da agência France Presse (AFP) ao prêmio World Press Photo 2018.

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O AMOR PODERÁ SALVAR A HUMANIDADE??




O AMOR PODERÁ SALVAR A HUMANIDADE??
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Uma das leis de Gaia trata-se da velha máxima que diz: "bicho acuado ataca!!".
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É preciso compreender um pouco do processo histórico de confecção do chamado "Novo Mundo". As grandes navegações mudaram drasticamente a diversidade da existência humana enquanto possibilidade.
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Cabe ressaltar que na modernidade sagrou-se vencedor o projeto ocidental de civilização, que tem em suas bases o modelo capitalista enquanto "espírito de seu tempo".
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E com o aperfeiçoamento das formas de produção tivemos grandes mudanças dentre a percepção de temporalidade nas questões individuais e nas relações sociais. Mesmo trabalhando menos horas por ano e produzindo mais, numa comparação com nossos antepassados do início do século 20 e final do 19, temos a impressão de que estamos mais pobres e menos felizes que eles.
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Como ironizou o vídeo daquele comediante: "Na escravidão não existia desemprego!!".
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Mas será que esta questão condiz com a realidade atual da civilização humana??
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Vi certa vez um artigo que apontava uma leitura interessante: Ele afirmava que passamos pelo período da história da humanidade com o menor número de conflitos internacionais, ou seja, o período de maior paz no mundo. 
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A questão é que temos a massificação do processo educacional, um maior número de pessoas graduadas e de certa forma adquirindo mais informação e tendo um arcabouço crítico maior na avaliação dessas informações. Com isso, fatos sociais tais como uma criança fora da escola não são mais toleráveis como antes.
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Ou são??
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As promessas iluministas de uma sociedade evoluída materialmente, intelectualmente, moralmente e antropologicamente não se concretizaram, pelo menos não para todas as pessoas. Não equacionamos a riqueza de recursos em nosso planeta, muito menos avançamos para o fim da fome, das doenças, da miserabilidade. Produzimos comida para 13 bilhões de pessoas e com uma população de quase 8 bilhões ainda permitimos que 2 bilhões passem fome (ou mais).
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Em terras de Pindorama, os pobres passam muito tempo trabalhando para sustentar os ricos e a classe média, onde esta é mantida sob ataque constante do aumento da ganância na forma de concentração de renda, passando pelo pavor de ter que abrir mão da empregada doméstica para lavar-lhes a privada e ter que se locomover via transporte público pela impossibilidade no preço dos combustíveis. Mantém com isso uma identificação com o estilo de vida dos ricos e seus privilégios, massem descartar também aquelas e aqueles que tem a formação necessária e o ócio possível para tentar construir um discurso de resistência dentro da guerra semântica da pós-verdade.
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E nos parece que a época atual fez recordar, ainda que de maneira sonolenta, acerca dos métodos com os quais esta nação forjou-se, pois, com sangue nas mãos, à base de assassinatos, estupros, escravização, tortura, ódio; instauraram-se os privilégios e internalizaram-se valores que a meu ver soam como naturais no peito dos dominadores e dos dominados.
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Mesmo sendo a nação com o maior número de adeptos ao cristianismo, sua grande maioria adoecida por uma leitura equivocada e oportunista do livro sagrado, conduzida por líderes que mantém ideologicamente e ou politicamente distantes daquilo que em tese deveriam defender, percebe-se que onde se lê "amai ao próximo como a ti mesmo", o que sai como interpretação é "bandido bom é bandido morto", mesmo tendo o filho da Divindade, segundo o cristianismo, tombado numa cruz destinada aos ladrões. 
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A grosso modo, com a escravização da mão de obra dos povos orientais, o genocídio dos povos árabes, africanos e sulamericanos, e em nossa época atual, a partir de um pressuposto sionista, neocolonialista global, temos do ocidentalismo o resumo da ópera na guerra entre dois deuses:
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O personalista, vaidoso, interventor, beligerante, que mata primogênitos sem mudar de roupa, o deus para ser temido, que produz escravos e eleva os senhores, o deus do Velho Testamento.
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E do outro lado do ringue, pesando apenas dois milênios, o deus que não perdoa, até mesmo pq ele não julga; a divindade que bebeu nos outros milhares e milhares de deusas e deuses do oriente; o deus sol, a divindade do amor incondicional e da solidariedade.
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Numa outra leitura, dentre as várias possíveis, podemos nos aprofundar a partir do desencantamento da época sem deuses – ou de sua morte – onde a racionalidade humana abarca o esquecimento de sua origem, onde aprofunda-se ainda mais a cultura enquanto vocação de negação da natureza.
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Mesmo com a bios sob ameaça latente, a égide do niilismo nos envolve de maneira avassaladora, sendo que caminhamos para um abismo de um tempo sem futuro, apontando para o universo um rumo sem volta para a vida na terra.
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Eis que o amor pressupõe o humanismo, mas não nos desloca da rota de colisão com outras das possibilidades que se tem em ser humano. O sapiens sapiens lançado a uma vida sem sentido, no que tange o racionalismo, vê-se frente ao espelho em completo desespero e sem alcançar dentro de si forças possíveis para reverter o jogo político do atual projeto civilizacional. Oscilamos entre um populismo de privilégios e um autoritarismo sádico.
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As bolhas do “Admirável Mundo Novo” toleram tão somente servos e escravos, de prontidão para os senhores do mundo, que tomaram para si a bios e os destinos de bilhões. E aos poucos observa-se nas zonas de conflitos intermitentes os interesses escusos da necropolítica, num sem fim de estratagemas a manter os mais pobres e frágeis sob a beira daquilo que nos remete a “Mad Max”.
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Lançaremos ao abismo nossos velhos com alzheimer, os aidéticos, os autistas, os portadores de limitação física, os miseráveis, os refugiados, os enlouquecidos, os deprimidos??
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Meu Querido Professor interpelou-me sobre um aspecto simples que me fugia: “Os que pensaram este mundo estão mortos...” 
E nos é possível a partir de princípios humanistas, metafísicos, coletivistas, libertários, revolucionários, anarquistas, nos desconectarmos da matrix para voltarmos a olhar para Zion??
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O animal político tem fome e seu canibalismo nos parece sedento a sangue e a princípios tecnologizantes de uma inteligência artificial que vem para servir ao espírito do tempo moderno, mas que também podem nos oferecer mecanismos de resistência frente a barbárie.
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Caberá ao Amor, ao Orientalismo, ao caminho do meio de Budha, às folhas sagradas de Pacha mama a reminiscência daquilo que nunca fomos??
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Creio que não haverá outra saída.
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Estaremos realmente prontos para o Amor Universal??
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Como disse a personagem daquele filme de uma madrugada solitária, permeando e inebriando os devaneios e a esperança de um poeta "realista esperançoso", como diria Suassuna: “Há de se permanecer a enxergar a Beleza Oculta!!”
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30.08.2019

quarta-feira, 26 de junho de 2019

AmarElo - UM MANIFESTO - EMICIDA, PABLLO VITTAR, MAJUR

AmarElo - UM MANIFESTO!!!

EMICIDA, PABLLO VITTAR, MAJUR

"Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes..."

"Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro..."

Caso ainda não tenha visto o vídeo, por favor, nem inicie a leitura, não fará sentido nenhuma palavra na sequência.
Play now:
Bem, creio que agora podemos iniciar o diálogo sobre.
Duas possibilidades: Ou vc está tomado pelo brilho do vídeo ou se perdeu no meio das referências. Confesso que seguindo a orientação daquele velho professor, fiz o serviço de de ler o texto 3 vezes, assentou-se o dourado em meu peito desde o início, porém a cada visagem sedimentou-se ainda mais o sentimento acerca da grandeza do artista enquanto coisa, acontecimento, criador de mundos, de identidades.
Emicida, samurai peito aberto espadachim do guetho nigga, como diria Bia Ferreira, tem em seu íntimo, em sua obrigação existencial ser cada vez mais drástico, profundo, evoluído, filosoficamente e esteticamente melhor - psicologia periférica, como diria meu irmão psicólogo preto do norte.
Evocando as bençãos do cancioneiro brasileiro, o gênio existencial Belchior, Emicida, além de repaginar, nos proporcionar o deleite de uma grandiosa releitura, ele vem e nos traz inúmeras problemáticas contidas em um só vídeo e particularmente não pretendo destrinchar cada ponto que presumo ter sido abordado, pois com certeza vou falhar. Sua obra é quase que inesgotável e creio que o objetivo não é olhar para ela em si enquanto um redemoinho ou um buraco negro que tudo traga, mas sim enquanto catapulta.
O áudio introdutório acompanhado das imagens é um manifesto à sobrevivência do povo pobre e preto nos tempos atuais de genocídio espiritual e material, tempos de necropolítica, sadismo e higienização social. Um relato tristemente verdadeiro de um sobrevivente deste tempo passado - todas e todos somos sobreviventes - e nisto, neste vídeo-música-terapia de cura, Emicida faz um apelo ao seu povo preto, um apelo à sobrevivência, um "retorno ao ringue", "onde depressão é a última tendência com aparência de férias".
Não vi até o momento nada tão genial sendo produzido em vias de trazer luz a tempos temerosos e tão trevosos, onde o mal, onde sentimentos ruins se tornam o discurso oficial. Emicida se reinventa, nos reinventa e até re-significa o verde amarElo.
Nas estórias de pano de fundo - todas estórias reais de superação - que se entrelaçam na própria estória pessoal de Emicida, que brilhantemente traz Pabllo Vittar para seu merecido lugar de destaque junto a genial Majur, com o qual a homofobia, o racismo e o neo-nazismo teimam em tentar derrubar, está o supra-sumo do signo da resistência: O sol, dourado, amarElo, que a cada dia, por mais nebulosa e fria que seja a noite, retorna ao centro do dia para brilhar.
Essa genial obra artística é um grande manifesto.
Com a fúria da beleza do sol. Eu prometo!!


sexta-feira, 21 de junho de 2019

CORDEL INJURIADO - Futebol, Política, Justiça e VAR




CORDEL INJURIADO - Futebol, Política, Justiça e VAR

O futebol, meus amigos! 
Era pura diversão
O escudo e a bandeira
O desejo e a paixão
Tudo para ver seu time
Ser o grande campeão

Antes da televisão
Já se jogava a valer
E pelas ondas do rádio
O cara podia saber
Tudo sobre seu clube
Era só ele querer

As regras, todos sabiam
E deviam respeitar
Ganhar ou perder é do jogo
O melhor é disputar
A torcida conhecia
E podia confiar

Mas novos tempos chegaram
Será que pra melhorar?
Hoje a tecnologia
Parece nos ajudar
Mas se o juiz é ladrão
Ele engana até o VAR

O VAR, árbitro de vídeo,
Tem toda informação
Para ajudar o juiz
A marcar com precisão
Um lance de impedimento,
Se a bola bateu na mão

Para isso ele conta
Com tudo que foi filmado
Toda câmera do estádio
Dá a ele seu recado
Trancado numa cabine
Sem nunca ser pressionado

Mas tem de parar o jogo
Suspender a emoção
Conversas e mais conversas
Do VAR e o juiz em questão
Para opinar sobre o lance
Haja paciência, irmão!

É como se assim pudessem
Toda injustiça evitar
Para imprensa e torcedor
Não terem do que falar
Mas se o juiz é ladrão
Ele engana até o VAR

E ai de quem o conteste
Quem faça reclamação
Tudo ali é correto
Não cabe contestação
E todo tempo perdido
Amigo, não foi em vão

Não importa se você
Calou o seu grito de gol
Tampouco se “pagou mico”
Quando na hora vibrou
Só quem sabe é o juiz
Já vai começar seu show!

Fone no ouvido, atenção!
Que decisão tomará?
Nem Messi, nem Cristiano
Poderão contracenar
Ele é quem tem a razão
O outro pode esperar

Confesso que desconfio
Mas prefiro me calar
Pra unanimidade burra
Poder se manifestar
Mas quando o juiz é ladrão
Ele engana até o VAR

Até mesmo na política
É mesma a situação
Fingem ver o que não viram
Se viram dizem que não
O mocinho fica preso
Quem é solto é o ladrão

E mesmo que faltem provas
Não falta convicção
Você esclarece o fato
Os homens dizem que não
De enganar a justiça
Eles nunca abrem mão

E o homem da capa preta
Profere seu veredito
Documentos são forjados,
Mas pode calar seu grito
Se você não tem dinheiro
Vai viver grande conflito

Talvez até senadores
Possam o homem convocar
Para dar explicações
Sobre a forma de atuar
Mas se o juiz é ladrão
Ele engana até o VAR

Quem disse que a justiça
Sempre vai sobressair?
Nem sempre se joga o jogo
Nem sempre se faz cumprir
As regras eram pra todos,
Foram dar nisso daí

Política e futebol
Não se deve discutir
Você finge que aceita
Só para não desistir
Mas tamanha ignorância
Belo dia irá ruir

E vamos todos pra rua
Reclamar nosso direito
Vamos falar a verdade
Que é para bater no peito
Futebol é nosso esporte
E o Brasil ainda tem jeito

É só prestar atenção
Pra nunca se intimidar
E dessa grande verdade
Nunca mais se afastar
Quando o juiz é ladrão
Ele engana até o VAR.

Pedro de Assis Pierre / junho de 2019

sexta-feira, 31 de maio de 2019

CANSAÇO






CANSAÇO

Disfarço o cansaço
Ser de aço o tempo inteiro
A farsa do sorriso fácil
Pois rir de tudo, tão somente é desespero
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A realidade demonstra:
Espelho quebrado
Sadismo intermitente
Esperança ladeira abaixo
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O conto da pressuposta racionalidade
Por entre análises de filósofos estatais
Vivaldinos colossais
O evangelho segundo o marxismo
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Desprendo-me do kardecismo
Do messianismo pseudo-progressista
O personalismo autoritário
Com gotas de teologia da libertação
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Ontem vi na tevê:
"Dotor, como um preso pode contribuir para libertar o carcereiro?"
Sigo cansado de ser enganado por figuras beatificadas
O lobo em pele de cordeiro bebendo o sangue do negrinho do pastoreio
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Choro por dentro,
Ao ver os poetas inúteis do meu povo preto ao relento
Queria pagar-lhe os dez reais que lhe devo
Gostaria de ver nossas crianças desenvolvendo outros "talentos"
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Está tudo dentro do plano
O caixão do pobre aguardando o buraco
O coturno diurno
Que aguarda para subir a rampa enquanto tirano
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E enquanto a noite não vem
Vejo o pouco que me cabe
Nesta nave de um texto insólito que,
Ecoa solitário, insípido e cético sobre a linha do trem
Da despedida.
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7L

quinta-feira, 28 de março de 2019

====COSTELAS À MOSTRA====



====COSTELAS À MOSTRA====
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Pessoas caos-paisagem
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Ex-sonhos estacionados nas calçadas
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Obstáculos à meritocracia da modernidade
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Escape ao princípio da eficiência
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Enquanto deus-carro repousa em confortável garagem
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Recicle o ciclo:
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Plástico, vidro
E do orgânico as sobras do almoço
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Acalme o karma:
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Pessoas caco-estáveis
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Sopros frágeis em descartáveis embalagens
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Homens-mulas pelas ruas cruas
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Puxando carrinhos de re-cicláveis
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Onde,
Com suas super capas de invisibilidade
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Expõem o odor da dor e as costelas no lugar,
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Abstraem o asco,
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Dividem com o cão o osso
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A existência dupla fenda sem abas:
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Kant´s quântico!!
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O artistatleta pulou do pódium para a publicidade
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[TROCO LIKES]
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Hip-Hop-Rip
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Hippie Hippie Urra (?)
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Na tv,
O acalanto dos craques é a bola
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Na sarjeta,
O acalanto dos miseráveis é a bola no crack
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Hedonismo primata
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Luciferanismo selvagem
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Egocentrismo de boas intenções
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Darwinismo cristão
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Criacionismo Ltda
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Exú é o nilismo nu, o espelho em comunicação
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Gabiru de Nibiru
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Carcará pousa em Igigi
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Anu pai de Adamu
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Achei as tábuas dos Sumérios no banheiro de um buteco em Tabuazeiro
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Estiquei um "Da penha" e dei um teco
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Perrela sem remela
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Nunca trava a porta giratória do cemitério
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Sr Psicopata Tropical no que está pensando??
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- Mulheres e crianças de uniforme primeiro!!
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A esperança é uma bala bombom
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Contra o cidadão sem bem
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E a milícia tradicional brasileira
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Lugar onde nem soldado faz sentido
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Pior é que por estas bandas nem o mal se aposentará!!
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Cristo Redentor coloque as mãos onde eu possa ver
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Vidas de papelão em dias de dilúvio
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A netflix é o neo-vaticano
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Mídias Puta Midas Luta
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Abominável Mundo Louco
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Me dê um MD!!
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No interím, a crença global na supremacia branca, escravos diferenciados
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Reptilianos não comem veganos
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Greys não pagam dízimo com pic pay
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O novo testamento é Jah sob nova direção
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Ausculto o crepúsculo com o machado de Xangô
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Nascer no Tibet não me torna sambista, tão somente tibetano
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O diário da besta é a chuva de idiossincrasias dos degenerados em 150 caracteres
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O chicago boy não superou sua síndrome do fálo de pequenas dimensões
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Moro?
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O guru espiritual-histérico do "novo brazil" esfaqueou Tales de Mileto pelas costas
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Qual o problema com a água de Curitiba??
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Aos trancos e barrancos quem tá semi-vivo não diz-cansa:
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Quem mandou matar Marielle Franco??
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Imagine Adélio vizinho de Lula, responde ou pula??
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À longo prazo:
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Chuveiros elétricos para resfriar a água
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Bebendo "urina retornável"
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Comendo bifes de fetos
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Enaltecendo fatos de farda
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E frango fake de soja
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Seremos velhinhos de rua, essa é a parada,
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Deus dinheiro
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Alma merda
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Vida privada
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Chegue mais perto...
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...Não, não é Niestzsche ou Leminski,
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É só um pouco de esquizofrenia, Waldo Mota, Fernando Tatagiba, Marcos de Castro e Franklin Neto!!
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Emmanuel 7Linhas

HAMURÁBI-SE



HAMURÁBI-SE

O amor não traz felicidade
A mentira é a mais pura verdade
Sorrir só se for por maldade
Como saio da cidade?

Me dê um cigarro,
Um coro, um sarro
Vozes moram na minha cabeça

Enalteça
Obedeça
O compêndio pelo assédio
Tédio ou inteligência?

Almoçar com dinheiro é fácil
Quero sua alma sem ágio
Eu ajo e vc paralisa
Escrevi com sangue em sua camisa: PLÁGIO!

É dançar
É arder
Ins-pire, trans-pire

Saber morrer por inteiro
De janeiro a janeiro

Comer-ser
Cagar-ser

Um ser humano completo
Um ser humano morto

A realidade é virtual
Babel hi-tech

A Ilha de Santa Cruz
Tornou-se SanAndreas

Mileniuns
Self-Slave
Generation

Pindorama:

[Velho Testamento Mode On]

Providência para o golpe à Previdência:
Hamurábi-se quem puder!

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CORTE PARA OS COMERCIAIS
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Capitão caverna e seu (s) filho (s) caverninha (s)
Hienas sádicas
Laranjas do mecanismo

Diga-me a quantas andas teu sacrifício
Que eu te darei um orgasmo frictício...

Um espasmo de sagacidade...

Um suspiro sujo by Franklin...

A ré-evolução virá através dos likes
Um beauty story para o instagram
A indignação dura a atualização da timeline

A 3ª ponte mais uma vez fechada
A dor da existência atrapalhando a passagem
Sob a paisagem, gritos de ódio e incentivo
Entre Vitória e a Velha Vila o trampolim ideal para o suicídio

E vejam só, que ironia,
Chama-se Espírito Santo
A terra do feminicídio!


7L

22.02.2019