segunda-feira, 4 de julho de 2011

SOU A PEDRA, O PÓ, O PAU E A ABSTINÊNCIA



SOU A PEDRA, O PÓ, O PAU E A ABSTINÊNCIA 


Sou a Poesia do meio-dia,
O terremoto da meia-noite
A lágrima do palhaço
A dor de consciência da morte, a durmencia do aço

Sou a indumentária da tristeza,
O salto mortal da alegria
A insensatez do desespero
Sou a rachadura do espelho
A espinha em sua tez

Sou a pedra, o pó, o pau e a abstinência
Sou o prazer da demência
A roda da sapiência
O improviso e o mau-caratismo da ciência

O engenheiro de sorrisos
A ampulheta da solidão
Sou o gozo, o sexo, a sensação
O dente ciso

O maior espetáculo do mundo
O único sen-salto nessa cama de gato
Nesse pula-pula existencial
Já transcendi
Ao teu, ao meu, ao nosso egoísmo


Sou seu, sua e de quem pagar mais caro...

..Com a própria calma,

Com o luxo de não possuir mais alma
Trauma
Nau
Na Palma

Sou o palácio do mendingo
A construção do agricultor
Sou o som, o calor, o gosto, o tato
O vento e a cor
Também ator
De dez mil tropeços atrás
Por olhar pra frente
Pra cima
Pra baixo
Não pro salto
Ou pro sapato

Mas pro assalto...
...Ao seu coração


7 Linhas

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