sexta-feira, 20 de julho de 2012

DESUMANIZAÇÃO - Por Maria Regina Alves


As pessoas simples, da vida, não estão inclusas na sociedade do consumo e da imagem. Não usam Prozac nem plástica; não buscam a felicidade intermitente e a juventude eterna; não calam suas vozes internas e expõem seus mais íntimos desejos e fraquezas.
Vivem sem descartar pessoas, simplesmente, como um aparelho de tv. Choram o que precisa ser chorado, riem de si mesmos, falam sem a lança nas palavras e sonham... como se cada sonho lhe oferecesse a possibilidade de existir mais de uma realidade.
Estar out-side virou sinônimo de invisibilidade, principalmente quando não somos “merecedores” dos cartões de crédito, das milhagens... tudo que nos leva direto ao objeto de desejo forjado pelo triângulo capital-mercado-propaganda.
Cabe aos meios de comunicação criar necessidades, já determinadas por um grupo invisível, particular e limitado - formam a seita do capital, e lançar uma cortina de fumaça, através da espetacularização da vida.
A democracia é ficção, sendo o essencial ter e construir sem critério, bastando ser “digno”, “escolhido”, exercitando baixa criatividade e alta voracidade frente ao que determina o marketing.
Hoje temos o isolamento dentro de manadas, ou seja, mentes e corpos feito ilhas, porém buscando a visibilidade, ser imagem aos olhos do “outro”.
Um comportamento de exacerbação do narcisismo, declínio de valores e necessidade de eternização, mesmo sem qualquer fim justo. Apenas a continuidade de um espetáculo que duvido ser da vida.



Maria Regina Alves

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